Gosto particularmente de Balthus. Partida de Cartas que está no Thyssen-Bornemisza em Madrid é um dos meus quadros preferidos. Leva a um expoente máximo algumas das qualidades que aprecio neste pintor. A obliquidade de um mundo que nunca é o que parece, uma desordem e uma tensão latentes, prestes a explodir num mundo aparentemente banal... Faz lembrar uma orelha cortada que, subitamente, aparece na calma verde da relva de um jardim (Blue Velvet, lembras-te Mangas?)...
Este é um quadro oblíquo - a aresta da mesa é que parece estar em primeiro plano, como o joelho do rapaz empoleirado no banco. Quando vemos o quadro, parece que estamos com um defeito nos olhos, as arestas impõem-se sobre as formas das coisas, e o olhar dos personagens foge do quadro e foge-nos a nós. E porque é que temos a sensação de que ambos, o rapaz e a rapariga, estão a fazer batota no jogo de cartas? Neste quadro, nada é o que parece ser e é esse o seu mistério e o seu encanto.
Este é um quadro oblíquo - a aresta da mesa é que parece estar em primeiro plano, como o joelho do rapaz empoleirado no banco. Quando vemos o quadro, parece que estamos com um defeito nos olhos, as arestas impõem-se sobre as formas das coisas, e o olhar dos personagens foge do quadro e foge-nos a nós. E porque é que temos a sensação de que ambos, o rapaz e a rapariga, estão a fazer batota no jogo de cartas? Neste quadro, nada é o que parece ser e é esse o seu mistério e o seu encanto.
Sem comentários:
Enviar um comentário