16/05/07

O Yorkshire Terrier do Mourinho, por Kãotraste

Ciclo Cães, Parte 1


Dizem as notícias de hoje, que o Mourinho foi preso na velha Albion, porque se opôs a que a polícia inglesa lhe levasse de casa o canídeo de estimação por violação das regras de quarentena. Segundo rezam as crónicas, o perigoso Yorkshire Terrier terá sido reintroduzido no país sem a vacinação completa. Assim um bocado à lá ganso patola carregadinho de vírus h5n1. A Scotland Yard que deixa que lhe escorram entre os dedos 70.000 crianças desaparecidas por ano, não perdoa nestas coisa dos Terriers e actua com eficácia.

Ora isto é perseguição, pura e dura. O Yorkshire Terrier é inglês, inegavelmente inglês, e o que traz no pelo inglês é e de lá o trouxe! Jamais um bicho daqueles poderia ser português. Falta a queda de pelo, falta o ranço e a frieira, e falta sobretudo o coelho, o gato da vizinha ou perna do carteiro a pender da dentuça ferrada. O Yorkshire não tem que ser apreendido porque é de lá, não é de cá, aliás como o próprio nome, a raça e o estilo indicam. Ainda se fosse um perdigueiro, um serra da estrela, um fila dos açores, um cão-de-água, que devia mudar o nome pra cão-de-pato, um podengo ou um rafeiro, ainda vá que não vá, quarentena que ali há piolho, pulga e carraça latina. Mas um Yorkshire Terrier, pelo amor de deus!


No final, o Mourinho foi preso, mas o Yorkshire ficou. A Yard foi ao que queria e trouxe. Eficácia.

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