Penso que foi há dois anos, mas não estou bem certo. Nesse ano o país ardeu. O fogo chegou às portas de Coimbra e foi uma verdadeira calamidade nacional. Sua Excelência, o primeiro-ministro da república, sr. pinto de sousa, encontrava-se de férias. O país em chamas exigiu o regresso imediato de sua excelência, quanto mais não fosse por razões simbólicas, porque é verdade que quanto mais longe de Portugal aquele indivíduo andar, melhor para os portugueses…
Que não, disse ele e os amestrados adjuntos por ele. Que não valia a pena incomodar o repouso de sua excelência, que o país estava bem entregue aos que faziam dele por ele. Em suma: quiseram convencer-nos que é a coisa mais normal do mundo que, ocorrida uma calamidade, o primeiro-ministro de um país deva continuar de papo pró ar num safari qualquer. Imagine-se que Pombal seguia a mesma filosofia e estava de férias à data do terremoto…
Este verão Tenerife ardeu. O primeiro-ministro espanhol, Zapatero, interrompeu imediatamente as férias e voou para lá. Foi um exemplo. Agora, em Inglaterra, surto de vírus no interior. O primeiro-ministro britânico, interrompeu o repouso estival e ala pra lá que se faz tarde. Nem um nem outro, nem o espanhol nem o inglês, fizeram mais do que o seu dever. Mas, para quem está atento, este alienígena sentimento de solidariedade e do dever, até parece mal. Porque é que estes exemplos são sempre contra nós? No fundo, no fundo, cada país tem o pinto de sousa que merece…
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